
Como entender que os castigos não fazem mais diferença como faziam antigamente. Lembro-me
bem que quando era de alguma forma repreendida ou me tiravam algo por conta de isso ou
aquilo errado que toda criança faz, eu sequer sonhava em praticar a mesma ação, que dirá
repetir acrescentando mais erros. Fico pasmada como tudo se torna diferente nos tempos de
hoje. Ontem mesmo falava com meu marido;"Mas o que mais tirar da nossa filha mais velha pra
que ela entenda que tem deveres e obrigações a serem cumpridas?"; Não tá sequer mais
assistindo bobeira na TV e continua tudo igual. Há meses vai mal na escola, já até repetiu
de ano, não gosta de cuidar-se nem de cuidar das suas próprias coisas, chega ao cumulo das
mais duvidáveis ações de desleixo. Já tinham me dito que essa tal aborrecencia era fase
difícil; Mas agora eu acho mesmo que quem inventou isso foi alguém aparentado com o Capeta.
Já notaram como chegamos a desconhecer nossos rebentos ao passarem para essa etapa?, Não é
mais criança, Definitivamente,Não!, Não é jovem e não pende de forma alguma para ter
raciocionios voltados para vida adulta. Horas querem ser cuidados por nós, horas nem nos
olham na porta da escola para os amigos não notarem qualquer afago e por ainda outras
tomam-se por terem psicologicamente uma idade irracional incompreensivel quando os vemos
pegando no pé do caçula, chorando por qualquer coisa e disputando atenção. Muitos dizem
que criança devia vir com manual, eu já acho que pra essa fase Deus devia ter inventado um
personal remediador de transtornos de comportamento. Nem com muita aula de auto controle e
terapias familiares dá para qualquer um sair safo desse turbulim familiar chamado "Vida
adolecente", O jeito é mesmo torcer para que se definam logo, cresçam logo. E no aguardo
disso tudo fico eu aqui a olhar pra trás sem saber onde anda perdida aquela garotinha de
cinco ou seis que parecia bem mais resolvida sobre quem era e o que gostaria de se tornar.
Onde será que andou crescendo essa menina que eu sequer tive tempo de me despedir das suas
meninices, laços e desejos bobos de comer brigadeiro á hora do jantar. Hoje pede ao pai
celular android e eu nem sabia que isso existia, pra mim era coisa daquele filme guerra nas
estrelas. Me fala ela com a mãe na cintura que eu reclamo demais e alguns dias, É! Nem
parece que passou tanto, Eu simplismente a repreendia e ganhava em troca um abraço de
desculpas gostoso. Horas em conversas me confunde com uma de suas amigas magrelas e
esganiçadas como ela e perde o tom e eu mesmo com o coração partido tenho que por meios que
nunca imaginei impedi-la de esquecer que quem manda sou eu. Vi tantas histórias de
terapeutas, padres e palestras, dessas que você assiste procurando saída de ver aquela
criança perdida voltar a ser sua pequena, e dentre elas vi Padre Léo que dizia parecendo
que era pra mim quando eu chorava por não ver um fim no afastamento que acabamos criando de
nossos pequenos diante dos venenos da aborrecencia; Você não tem que ser o melhor amigo do
seu filho, tem que ser Mãe, Pai." Me pareceu clara a ideia, tranquilizou-me naquele
momento, mas não topava ser inimiga dela e a busca pelo meio termo é terrível, a gente
sente que tá também perdido, e não há sequer como retomar a caminhada.Vi então associado na
minha cabeça que a minha micro empresa chamada família e maternidade não precisavam de
qualquer consultoria só de mais um pouquinho de fé na vida e diálogo. Ainda não sei bem ao
certo o que se deve fazer para ser Mãe x Amiga mas de fato estou como nunca tentando
apostar no que vem na hora á cabeça de mais acertado, dias dá certo, outros tantos acordam
e adormecem com decepções mas o que é fato de verdade é que nem mesmo com tudo isso e
pulando do trampolim ao fundo do poço todos os dias valeria um só dia meu sem essa minha
garotinha que não sabe ou ainda não entendeu que a razão de cada destempero meu é esse
grande amor que nunca acaba.
Lia Joca
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